Vamos falar sobre tricô? Eu adoro mostrar meus projetos terminados e também os que estão nas agulhas. Quem me acompanha sabe que eu sou monogâmica, ou seja, prefiro fazer um projeto de cada vez. Porém, no inicio deste ano, cheguei a ter três projetos simultâneos e isso gerou ansiedade. Dois eu até consigo conciliar, pois posso ter um em casa e outro no ateliê, porque sim, tricotar também faz parte do meu trabalho.
Em novembro de 2021, iniciou o kal (ou tj) do xale Málaga, quando dezenas de pessoas fizeram esse projeto ao mesmo tempo. O Málaga é um xale grande e sua construção é bem interessante: começa de forma circular (eu fiz com laço mágico, mas também pode ser com agulhas de duas pontas) e depois seus lados crescem em tricô reto, criando um xale em formato Wrap ou, como alguns preferem chamar, estola.
O Málaga é um xale bem grande, bem quentinho e ao mesmo tempo leve. Usei 4 meadas do fio Merino Fingering da Fios da Fazenda, nas cores 4A33, 4A34 (principal) e 4A35, todas feitas com Murici do Cerrado, uma tintória brasileira. Usei agulha circular de 4 mm, com cabo de 80 cm. A autoria deste xale é da minha best, Iris Alessi.
Finalizei o Málaga em janeiro de 2022. Durante dois meses, esse projeto me acompanhou em todos os lugares: casa, trabalho, férias, praia, sala de espera… e quando terminei, mesmo antes de blocar, eu amei o resultado e já queria fazer outro! Mas, eu precisava muito fazer um projeto com um fio que eu estava “inventando” para a Fios da Fazenda. Queria um projeto rápido e que, de preferência fosse um xale, porque eu enxergava esse fio em um xale. E lá fui eu para um projeto que há tempos estava na minha wish list: Ziggy Shawl, da Joji Locatelli.
O Ziggy é um xale bem tradicional, triangular e que alterna faixas de cordões de tricô com uma renda muito simples. Sua construção aliada às duas meadas do fio que usei, o deixaram grande (gosto!), leve, macio e delicado. Um xale que nos dá aquela sensação de aconchego.
Achei o fio bem gostoso de trabalhar. Ele é single, bem uniforme e fininho. Tem 500 metros em 100 gramas e ficou muito bom para este projeto, usei agulhas maiores do que as recomendadas para que a renda ficasse bem aberta. Acho que a cor que escolhi, com speckles (pintinhas, manchinhas ou salpicos), deixou o xale bem charmoso!
O segundo cast on do ano, foi um projeto da Paula Leme, a Jojô Tricô. E entre conversas, eu tive o privilégio de sugerir o nome para este projeto, criado com um fio de lã produzida, fiada e tingida no Sul do Brasil. O Xale Pampa já foi tricotado por gente de vários lugares, principalmente Brasil e Portugal.
Para o Xale Pampa usei 2,5 meadas do fio Merino DK da Fios da Fazenda, cor 5B25, um marrom claro. Escolhi agulhas 4,5 mm para a malha ficar leve.
Nem só de xales vivem minhas agulhas. Também temos suéteres e meias.
Para testar outro fio que eu vinha “ideiando”, fiz uma meia enquanto acompanhava o curso da Iris, onde aprendi a calcular e criar um par de meias a partir das minhas medidas.
O fio é o Solo da Fios da Fazenda, uma opção de fio para meias 100% lã corriedale, que é a raça laneira mais criada no Sul do Brasil.
O(a)s corriedales são animais resistentes e bem adaptados à região do Pampa. Produzem velos pesados, com bom comprimento de mecha e lã de finura média.
Lã um pouco mais grossa do que a merino, vários cabos torcidos e boa retorção, fazem do Solo um fio bem resistente. Eu gostei muito do resultado e tenho usado bastante minhas meias nesses dias frios, do outono e inverno gaúcho. Usei agulhas de duas pontas 2,5 mm e as cores 13B24 e 13B25.
O primeiro suéter do ano foi o Marble Mount. Um grupo de tricoteiras amigas resolveu tricotar esse projeto que era um lançamento bem recente da Joji Locatelli, cada uma ao seu tempo, com diferentes fios, agulhas e cores, que resultaram lindos Marbles!!
Minha novela começou na amostra que não batia, então precisei comprar agulhas mais finas e já que eu ia ter que abrir a mão, optei pelo kit de agulhas intercambiáveis Fine Gauge da Tulip, que vem com 5 pares de agulhas de espessuras bem finas, entre 2 e 3 mm, além de diversos acessórios. Meu kit veio da “Casa mais Hermosa” de Porto Alegre, com o atendimento super especial e personalizado da Paulinha.
A pala da Marble tem uma renda e um tipo de aumento diferente dos que eu já tinha feito. Não é knitflix, mas é muito gostosa de fazer. Usei 3 meadas do fio Merino Fingering, cor 4B23 e agulhas 3 mm.
Não sei se errei na medição ou na escolha do tamanho, e minha Marble ficou maior do que eu esperava. O modelo da blusa é bem justo mas a minha ficou bem larguinha. Fiquei um pouco chateada, mas faz parte da vida da tricoteira.
Eis que Iris estava criando um novo padrão e eu quis ver como ficava com algum fio da Fios da Fazenda e fui tecer a tão comentada Carmel, que tem uma construção bem diferente e muito bacana. Começa reta, tem carreiras encurtadas mais de uma vez, tem pontos levantados para as mangas, depois junta tudo e tricota circular. Esse é meu jeito de explicar, mas não se preocupe porque a Iris explica bem direitinho e detalhadamente na receita. A princípio eu achei que seria difícil, mas foi só seguir o que estava escrito, e deu tudo certo! O resultado ficou incrível, principalmente as mangas, que eu achei que ficaram perfeitas para mim. A Carmel tem um leve ajuste na cintura e termina com uma barra rendada muito fofa!! O conjunto da obra é um espetáculo!
Neste projeto usei 3 meadas do fio Sport SW da Fios da Fazenda, com agulhas 3,75 mm. Esse amarelo mostarda maravilhoso será lançado em breve, junto com um projeto de duas tricoteiras que eu adoro (olha o Spoiler, Nara)!
Enquanto escrevo este post, tenho uma Camisola Douro blocando e um cardigan nas agulhas. Mas desses projetos eu falo depois.
Mari
p.s.: use lã!
Lindos os trabalhos Mariana, muito bom gosto …
Obrigada, Sabrina 🙂